Tom Hanks e a bola wilson

Curso #14: os personagens complementares

Vimos nos dois artigos anteriores como o sucesso de um filme depende principalmente da existência de um bom protagonista (que não tem necessariamente de ser um protagonista bom) e de um antagonista à sua altura.

Mas, como será fácil perceber, estes dois elementos não podem existir no vazio; à sua volta vai normalmente movimentar-se todo um elenco de personagens complementares, nas mãos dos quais também estará o sucesso ou o fracasso da nossa estória.

E isto aplica-se mesmo em casos especiais, como por exemplo “Cast Away”, em que Tom Hanks passa quase todo o tempo a contracenar com uma bola de voley.

Tom Hanks em Cast Away
Deveria Wilson ter sido nomeado para melhor ator secundário?

Os personagens complementares

Cada personagem complementar é criado e existe em função do protagonista, do seu objectivo e da sua linha de acção.

Alguns personagens servem para criar-lhe mais obstáculos ou dificuldades; outros dão-lhe as chaves, a informação ou o auxílio necessários para ultrapassar esses problemas; outros ainda criam situações e momentos que revelam novos aspectos da  personalidade do protagonista.

Orquestrar (e neste caso a metáfora da orquestra aplica-se particularmente bem) o elenco complementar de um filme é uma das principais tarefas do guionista.

Tal como cumprem diferentes funções na estória, os diversos personagens complementares também devem ter características diferenciadas e contrastantes.

Se temos dois assassinos na nossa estória, eles não devem ser iguais. Em “Fargo” por exemplo, os personagens de Steve Buscemi e Peter Stormare não podiam ser mais diferentes, quer fisica quer psicologicamente. Se um é um violino, o outro é um bombo, e cada um contribui à sua maneira para a harmonia do conjunto.

Além disso, é também fundamental acertar na quantidade de personagens certa para cada história.

Personagens em excesso, redundantes e desnecessários, fazem perder o foco de uma boa história; personagens a menos podem tornar a narrativa monótona ou pobre.

Não podemos esquecer que estamos limitados no tempo. Um filme dura apenas o que dura, e por isso é impossível conhecer a fundo um grande número de personagens.

Encontrar a quantidade de personagens adequada para as características da nossa estória é, assim, um dos primeiros e mais delicados desafios que nos são colocados.

Uma das maneiras de o conseguir é pensar nas funções que esses personagens vão desempenhar na história, através das relações que estabelecem com o protagonista ou o antagonista. Eu gosto de resumir essas relações em cinco categorias: de aliança; românticas; de transformação; de revelação; e de conflito.

Relações de aliança

Raras vezes um protagonista conseguirá atingir os seus objectivos absolutamente só.

Normalmente, mais tarde ou mais cedo, encontrará aliados que o auxiliarão nesse sentido. Em alguns géneros, como os “road movies”, essa relação de aliança é mesmo imperativa. Mas mesmo noutros géneros de filmes, ela contribui decisivamente para a riqueza da estória.

Em “Star Wars” Luke Skywalker não seria tão bem sucedido sem Han Solo; é impossível pensar em “Sideways” sem recordar a ligação entre Miles e Jack; e o que seria de “In Bruges” sem a relação de Ray e Ken?

Nunca podemos esquecer que cada personagem complementar é também o protagonista da sua estória pessoal, e tem os seus objectivos próprios, sonhos e aspirações, e obstáculos particulares.

Para se tornar aliado do protagonista deve haver uma convergência de interesses:  partilhar o mesmo objectivo, ou ter objectivos complementares.

Voltando aos exemplos anteriores; no início de “In Bruges”, Ray e Ken têm o mesmo objectivo: passar despercebidos na cidade belga depois de um golpe que correu mal.

Pelo contrário, no início de “Star Wars”  Luke quer salvar a princesa Leya e derrubar o Império, enquanto Han Solo quer apenas recuperar a sua nave espacial; são objectivos complementares.

Relações românticas

Um dos outros tipos de relações que se podem estabelecer é o da relação romântica.

Em certos géneros, como o melodrama ou a comédia romântica, essa relação é o fio condutor da narrativa. “Notting Hill” é a estória da relação atribulada entre um vulgar livreiro londrino e a maior estrela de cinema do mundo; “Romeu e Julieta” é a estória da relação condenada entre os herdeiros de duas famílias rivais.

Nos outros filmes, é frequente que uma relação romântica seja o fio condutor do  enredo secundário mais forte.

Terminator” é a estória de uma mulher que tenta sobreviver à perseguição de um robot assassino enviado do futuro para a matar, mas não seria o mesmo filme sem a relação romântica entre Sarah e Kile, o soldado destacado para a defender.

Um tipo particular de relação romântica é a “femme fatalle”, a mulher sedutora e atraente, que constitui simultaneamente objecto de desejo e fonte de ameaça. Géneros como o “policial negro”, de que “Chinatown” é seguramente o exemplo maior, dependem muito deste tipo de relação romântica.

Sarah e Kyle
Quem diria que esta relação romântica daria origem a tantas sequelas?

Relações de transformação

Outro personagem complementar recorrente é o mentor, ou seja, alguém que ensina o protagonista e o ajuda no seu processo de crescimento e transformação.

O personagem que possibilita esta relação de transformação é com frequência um personagem mais velho, mais sábio, que até pode ter feito um percurso semelhante ao que o protagonista está agora a empreender.

Usando uma vez mais “Star Wars” como exemplo, esse é o papel reservado a Obi Wan Kenobi e, mais tarde, a Yoda, na evolução e crescimento de Luke Skywalker. Filmes como “Dead Poets society” ou “Good Will Hunting” assentam totalmente na análise dessa relação mentor/aprendiz.

Às vezes o mentor aparece de uma forma surpreendente e inesperada.

Por exemplo, em “As good as it gets” (“Melhor é impossível”) quer Carol quer Simon surgem à vez como mentores de Melvin, ensinando-o a ser novamente uma pessoa decente. Em “The Shawshank redemption” (“Os condenados de Shawshank”) Red é o mentor de Andy no início da sua integração no universo prisional, mas Andy acaba por ser o mentor de Red no regresso à liberdade.

Encontramos um exemplo ainda mais radical em “The Silence of the Lambs” (“O silêncio dos inocentes”), em que Clarisse encontra não um, mas dois mentores: o seu chefe Jack Crawford e o temível Hannibal Lecter. Cada um deles, à sua maneira, contribui para o crescimento e transformação da protagonista.

Relações de revelação

Um outro tipo de personagens complementares são aqueles cuja função é fornecer ao protagonista os conhecimentos ou meios para prosseguir na sua missão.

Conforme o tipo de filmes estes personagens podem assumir diferentes formas. Num filme de fantasia, por exemplo, serão guardiões de segredos; num policial, as testemunhas; num  filme de assaltos, os especialistas.

Muitas vezes este género de personagens, embora se revele fulcral para o desenvolvimento da estória, tem uma passagem mais fugaz.

É muito importante, especialmente neste último caso, garantir que estes personagens não estão no guião apenas para cumprir a sua função, muito convenientemente, no momento certo.

O seu aparecimento deve ser sempre motivado (é o protagonista que os procura, por exemplo) e devemos fazer todo o possível para lhes dar algum tipo de interesse ou caracterização.

Um fantástico exemplo recente é Marie, a dona do hotel onde Ray e Ken se albergam “In Bruges”. A sua principal função na estória é dar informação aos protagonistas; primeiro, entregando-lhes uma mensagem enviada pelo seu chefe; mais tarde, fornecendo a Ken um dado fundamental para o desenvolvimento do enredo.

Apesar de só aparecer em meia dúzia de cenas, é um personagem ríquissimo, perfeitamente formado, para o qual conseguimos imaginar uma vida completa.

Relações de conflito

Da mesma forma que o protagonista tem aliados, o antagonista também os pode ter, formal ou informalmente.

Há assim toda uma rede de personagens complementares cuja principal função na estória é complicar a vida ao protagonista.

Podem ser, por exemplo, o braço-direito do antagonista, como o perigoso Karl em “Die Hard“; ou adversários completamente independentes, como Jabba the Hutt, em “Star Wars”.

Sejam o que forem, devem ter objectivos que os põem em confronto direto com o protagonista, ou porque querem a mesma coisa, ou porque procuram coisas incompatíveis.

Em “Die Hard” Karl quer matar John MacLane (objectivo incompatível); em “Raiders of the lost ark” (“Os salteadores da arca perdida”) Rene quer a mesma relíquia que Indiana Jones tenta encontrar (objectivo igual).

Uma classe particular destas relações de conflito são os impostores, personagens que parecem ser uma coisa – aliados, mentores, relação romântica – e depois se revelam como outra – adversários ou traidores.

Juntamente com os mentores, são uma das linhagens mais antigas de personagens, encontrada em todas as mitologias conhecidas.

Combinação e transformação das relações

É também muito frequente que um mesmo personagem tenha mais do que um tipo de relação com o protagonista, ou que essa relação mude de natureza no decurso do filme.

Já vimos alguns exemplos disso. Kyle começa por ser aliado de Sarah e transforma-se gradualmente numa relação romântica; Red é aliado e mentor de Andy mas este termina por ser o seu mentor no final. Em “Toy Story“, um filme com um guião magnífico, Woody e Buzz começam por ser antagonistas e depois transformam-se em aliados. Em “In Bruges”, Ken é incialmente mentor, depois antagonista e finalmente aliado de Ray.

Esta combinação e transformação dos diversos tipos de relações entre os personagens de uma mesma estória contribui muito para o seu enriquecimento, e evita que se caia em lugares-comuns ou soluções gastas.

Um “buddy movie” que poderia ser vulgar como “Midnight Run” torna-se inesquecível devido à riqueza das relações entre os seus dois personagens centrais, o caçador de recompensas Jack Walsh e a sua presa, o ex-contabilista da máfia Jonathan Mardukas. Eles desempenham um para o outro, sucessivamente ou ao mesmo tempo, o papel de antagonistas, aliados, de transformação e de revelação. Só falta a relação romântica que, neste filme, é muito bem substituída pela formação de uma bela amizade.

midnight run
Só falta apaixonarem-se.

 Os arquétipos

Num livro de grande influência para as gerações de guionistas mais recentes, “Writer’s Journey: Mythic Structure for Writers“, o autor Christopher Vogler analisa o que ele designa pela estrutura mítica das narrativas. Inspirado pelos estudos do mitologista Joseph Campbell, delineou uma adaptação do “mito do herói”, presente em todas as tradições, para as necessidades das narrativas contemporâneas 1 .

Um dos elementos fundamentais da sua análise são os arquétipos, ou seja, determinados personagens com padrões de comportamento comuns que são uma herança partilhada da raça humana, e aparecem nas tradições narrativas de todas as épocas e civilizações – fábulas, lendas, contos tradicionais, textos mitológicos, tradições orais, etc.

Estes arquétipos não devem ser confundidos com os estereótipos, que são personagens padronizadas, sem profundidade: o chefe de polícia irascível, o taxista irritante, a vizinha coscuvilheira, etc.

Os arquétipos, pelo contrário, são peças muito profundas e antigas daquilo que o psicólogo Carl Jung designou como o “inconsciente colectivo” de todas as culturas, uma espécie de memória partilhada e herdada ao longo dos tempos.

Há um grande número de arquétipos, que devem ser encarados não como papéis rígidos e imutáveis, mas sim como funções desempenhadas temporariamente por certos personagens para determinados fins na evolução da estória.

Nesta perspectiva, defendida por Vogler, os arquétipos são como máscaras que os personagens  colocam em determinados momentos, para desempenhar certas funções, o que bate certo com os exemplos mais interessantes que vimos anteriormente.

Os arquétipos mais importantes, que analisaremos sucintamente de seguida, são o Herói, o Mentor, o Guardião da passagem, o Arauto, o Mutante (“shapeshifter”), a Sombra e o Impostor/trapalhão (“trickster”).

Mas há muitos outros, que podem surgir autonomamente ou em combinação com qualquer um dos anteriores: o lobo, o caçador, a mãe, a madrasta malvada, a fada madrinha, a eterna criança, etc.

Vejamos então, segundo a análise de Vogler, o que caracteriza e quais são as funções dos principais arquétipos:

  • O Herói, aquele que existe para proteger e servir. Grande parte das histórias são narrativas de um Herói que sacrifica o seu conforto para devolver o equilíbrio ao seu mundo, à sua comunidade. É com o Herói que a audiência se identifica no decurso da narrativa, são as suas acções que segue, é através da sua transformação ou sacrifício que o espectador tira satisfação da estória.
  • A Sombra – é, por natureza, o antagonista primordial. Representa toda a energia negra, todos os sentimentos reprimidos, os traumas e as emoções escondidas ou negadas. A sua função dramática é desafiar o Herói, criar os obstáculos para que os seus feitos sejam ainda mais notáveis. Esta máscara da Sombra pode ser usada por um só personagem ao longo da estória, ou por vários. Até o  Herói pode, em certos momentos, ser a sua própria Sombra.
  • O Mentor – normalmente um homem ou mulher mais velho, mais sábio, que representa o lado da nossa personalidade que está mais atento às coisas, mais ligado ao conhecimento e à evolução. Dramaticamente, o Mentor ajuda o Herói de várias formas: ensinando-o; dando-lhe um objecto especial ou informação essencial; sendo a sua consciência ou motivação; ou iniciando-o em qualquer tipo de mistérios (mesmo os sexuais).
  • Guardião da passagem – muitos dos obstáculos que o Herói tem de ultrapassar na sua viagem são passagens, portais para outro nível de evolução da estória. É frequente que nessas passagens haja um tipo de personagens, os Guardiões, que as defendem dos transgressores, tornando-se assim antagonistas do Herói. Não são geralmente os antagonistas principais, mas cumprem a função de dificultar ou atrasar o progresso do Herói.
  • O Arauto – é um personagem que traz notícias, e normalmente más. Está muitas vezes associado ao gatilho, ao detonador da estória, aquele evento que torna impossível ao herói continuar com a sua vida normal e o obriga a lançar-se à viagem para repôr o equilíbrio perdido. A sua função é, pois, anunciar a necessidade de mudança.
  • O Mutante (“Shapeshifter”) – é um tipo de personagem de natureza misteriosa, uma incógnita no caminho do Herói, que vai assumindo contornos diversos conforme a estória vai evoluindo. É possível que a relação romântica, ou um aliado do Herói, assumam esta máscara. Para Jung ele representa o animus ou anima, os elementos masculinos ou femininos que complementam o nosso inconsciente feminino ou masculino, e que nós não entendemos. E como não entendemos estas figuras Mutantes, elas contribuem com tensão e dúvida para a estória.
  • O Impostor/Trapalhão (“Trickster”) – são os personagens cómicos, farsantes, brincalhões, que introduzem a confusão, o humor, ou o caos nas narrativas. Em muitas estórias de pendor cómico o próprio Herói pode usar esta máscara de Impostor/Trapalhão 2 . Na maior parte das estórias, contudo, é a um aliado que compete essa função. E em alguns casos, como o Joker da saga Batman, ela pode até caír no antagonista, ou Sombra, para usar a mesma terminologia.
O Joker
O Joker: Sombra, Trapalhão e, até, Mentor.

Os arquétipos são ferramentas úteis para analisar os nossos personagens.

Podemos, em cada momento, tentar perceber qual a máscara que um determinado personagem deve utilizar, que função pode ou deve desempenhar na evolução da narrativa.

Com isso conseguiremos, seguramente, personagens mais ricos e, sobretudo, mais sintonizados com a experiência narrativa da raça humana.

Notas de Rodapé

  1. falarei sobre o “monomito”, ou “viagem, do herói” noutro artigo
  2. eu sei que a tradução não é brilhante, e desafio os leitores a propôr uma melhor

18 thoughts on “Curso #14: os personagens complementares”

  1. Cícero Soares

    Ôpa, análise “rápida” mas certeiro no essencial, João. Vou recomendar a meus colegas de “oficina” de roteiro da AIC (Academia Internacional de Cinema, em São Paulo), já que a aula da semana passada teve como referência exatamente Campbell, Star Wars e etc. (Ah, a respeito do novo formato de seu sítio, não sei mas… acho que falta acertar alguns detalhes de, hum, formatação: no Firefox 3 está quase tudo certinho, já no Safari 4 ficou muito bagunçado. Ah, claro, sou usuário de um Mac.)

  2. Cara,

    As beneces da internet… um cara destaca parte do seu finito tempo e o dedica a mandar informação para quem quiser pegar. Isso é muito bom.

    Valeu pela iniciativa, estou daqui duas semanas iniciando uma oficina de roteiro aqui em São Paulo – Brasil e, como é a minha primeira investida na área, estou colhendo o que posso para chegar preparado e ter o melhor aproveitamento que puder do tempo da oficina, já que tenho desejo concreto de transformar esse gosto por estórias e drama em produção cultural e, quiçá, profissão.

    Vamos então fazer de votos de sucesso moeda corrente e usar para pagar pelas informações que obtenho aqui. Desejo-lhe sucesso e muitas realizações profissionais.

    Grande abraço companheiro.

  3. Uau, li tdo que você escreveu até agora de uma vez só… muito bom, estava precisando dessa orientação… agora ansioso pelas próximas partes, lógico! Mas muito obrigado mesmo, ajudou demais!

    Abraço

  4. Pingback: Flashback 2009 | joaonunes.com

  5. Pedro Costa

    Boas.
    Por acaso também estou a ler tudo de uma vez… quem corre por gosto não cansa…
    Material muito bom o que você disponibiliza… e ainda para mais sem cobrar nada… acho que é muito bom o que faz ao partilhar informações destas…

    No entanto, tenho uma duvida e gostava que me pudesse esclarecer…
    É o seguinte, quando estamos a escrever um guião, como é que escrevemos as partes de acção? Por exemplo, algumas lutas do senhor dos anéis, ou os duelos da personagem do Bruce Willis com um dos mercenários (num filme da saga do “die hard”), ou ainda, como é que seria descrito/escrito um assalto do john dillinger (penso que a personagem se chama assim) do Inimigos Publicos?
    Agradecia imenso se pudesse dar uma ajuda ou pelo menos uma orientação…
    Cumprimentos

    1. João Nunes

      Pedro, o único conselho que lhe posso dar é que leia muitos guiões. Há alguns disponíveis na página de Recursos deste site, e na internet encontram-se milhares. Eu sou guionista profissional e continuo a ler guiões quase todos os dias, para ver como os outros fazem. É a única maneira de aprender: ler, e depois praticar escrevendo.

  6. Vou neste capítulo do curso. Tem sido uma ajuda essencial, e muito bem resumido e com as devidas referências para incentivar à nossa pesquisa. Graças ao curso já tenho a minha “one-liner” em relação ao desafio, a propósito! Foi rápido porque a ideia inicial já a tinha, mas o curso desafia-me a preencher os vazios e estou a divertir-me imenso (e a massacrar-me com as “sete perguntas de Kipling”!).

    Sorri ao ler “Seguramente o exemplo maior” em relação ao “Chinatown”… o que é subjectivo. Mas não quero criar conflitos desnecessários, porque esse filme é uma obra-prima, e também porque sou um pouco “picuinhas” em relação ao ‘noir’ e ‘neo-noir’…!

    Em suma – deixo um “nod” agradecido, estou a aprender bastante.

  7. Lilian Lima

    Boa Tarde,

    Parabéns pelo maravilhoso site muito instrutivo.
    Uma dúvida: pelo seu exemplo de relação de transformação através do filme “O silêncio dos Inocentes”, podemos entender então que essas relações também podem acontecer entre protagonista X antagonista. Não somente na de Transformação, mas também nas demais?
    Grata
    Lilian Lima

    1. João Nunes

      Obrigado pelos elogios. Já lhe respondi por email, e vou aproveitar a resposta para mais um artigo que sairá em breve.

  8. Pingback: Perguntas & Respostas: o que é a "bíblia" de uma série de televisão

  9. Miguel Viterbo

    Traduzes Trickster por Impostor — que me parece bem — e Trapalhão —que me parece mal, tal como a ti :).

    A Ópera do Malandro do Chico Buarque é traduzida às vezes por Trickster’s Opera. Foi isto que me levou a lembrar-me da palavra Charlatão, que me parece adequar-se melhor a este conceito do que qualquer dos sinónimos do termo «trapaceiro».

    argamandel, bilontra, burlador, burlão, caloteiro, cambalacheiro, desonesto, escroque, esperto, falcatrueiro, intrujão, ludibriador, pandilha, patife, pilantra, safado, solerte, trambiqueiro, trapaçador, trapaceador, trapacento, tratante, velhaco, vigarista; ver tb. sinonímia de enganador e espertalhão.

    : aldrabão, trafulha, embusteiro, mentiroso, batoteiro, velhaco, impostor.

    Destas todas, Trafulha também não me parece mau. :)

    1. João Nunes

      Obrigado pela colaboração, Miguel. Trickster foi recisamente o arquétipo que tive mais dificuldade em traduzir, talvez por ser o mais difícil de entender e explicar. As tuas sugestões são boas, e ficam à consideração dos leitores.

  10. Pingback: João Nunes | 2º ato | Curso #22: escrever o 2º ato - continuação | argumento, Curso de guião, curso de guión, curso de roteiro, escrita, guião, guion, roteiro, técnica |

  11. Pingback: João Nunes | viagem do heroi | Curso #24: A Viagem do Herói | argumento, Chris Vogler, Curso de guião, escrita, guião, guionismo, roteiro, técnica, viagem do herói |

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